segunda-feira, junho 5

Bíblia é proibida em parte das escolas públicas dos EUA por ‘conteúdo pornográfico’

Diversas escolas de um distrito escolar de Utah, nos Estados Unidos, proibiram a Bíblia depois que o pai de um aluno entrou com um pedido para banir a Bíblia das escolas e bibliotecas do estado com base em uma lei estadual, aprovada no ano passado, que vetou dezenas de obras por conterem conteúdo “pornográfico ou indecente”.

Nesta semana, depois de uma análise, um comitê dedicado ao assunto decidiu que a Bíblia será removida de sete ou oito escolas de ensino fundamental I e II, mas as de ensino médio poderão mantê-la.


O legislador republicano que promoveu a lei que restringe o acesso a livros “indecentes”, Ken Ivory, que primeiro criticou o rótulo “pornográfico” da Bíblia e disse que era uma “palhaçada, que esgota os recursos escolares” e uma deturpação política, voltou atrás e até parabenizou o veto do comitê ao texto religioso nas salas de aula e bibliotecas das crianças mais novas.

Em um post no Facebook, Ivory chamou a Bíblia de “leitura complicada” para os alunos mais jovens no sistema de ensino, acrescentando que “tradicionalmente, nos EUA, a Bíblia é melhor ensinada e melhor compreendida em casa e ao redor da lareira, como uma família”.

De acordo com o The Salt Lake Tribune, os pais que entraram com a ação judicial o fizeram devido à frustração com o fato de os livros estarem sendo retirados das escolas graças a reclamações conservadoras, uma tendência observada em abril pelos principais grupos de liberdade de expressão dos EUA, a American Library Association (ALA) e a organização de escritores PEN America.

A educação está no centro de muitos debates partidários nos EUA. Segundo um monitoramento da plataforma Education Week, mais de 17,7 milhões de alunos de escolas públicas, matriculados em quase 900 distritos escolares, podem ter seu aprendizado afetado pelas leis que limitam o que os professores podem ensinar sobre temas como raça, gênero e até a História do país.

Utah, governado pelo republicano Spencer Cox, é um dos vários estados onde bibliotecas e professores estão sofrendo ataques de grupos de extrema direita e de pais conservadores que exigem que as bibliotecas proíbam livros. Na Flórida, os professores correm o risco de ir para a cadeia se não removerem livros até que sejam analisados quanto ao suposto conteúdo “ofensivo”.

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