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Podemos ser grandes até diante de Shakespeare. Leitores, naturalmente.
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Estou onde não estou. Uso a força do meu ser para me desconhecer. Quando eu me nego é que eu sou.
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Houve um tempo em que andei ocultando minha tristeza, não por modéstia, mas por astúcia. Receava que olhos invejosos resolvessem tomá-la de mim. Se alguém me perguntava se eu estava triste, eu sorria.
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Rainha minha, onde estáveis? Desde o dia em que partistes, vos chamam meus versos tristes. Rainha, não me escutáveis? Onde vos ocultáveis o vento não vos levava e nem o eco duplicava minhas palavras amáveis? Não importa. Vós voltastes e talvez vos deem prazer as que hoje tenho a dizer e as que então não escutastes. Chamo-vos de vós porque não conheço melhor forma de chamar-vos.
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Reduz a voz, toma tento, não assumas esses ares. Se Deus te deu um talento, não foi para te ufanares.
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Estocolmo é tão longe, e estes meus passos que não conhecem mais que o aqui e o ali levam-me, por perdas e fracassos, à Barra Funda e ao Alto do Pari.
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A de vocês eu não sei, posso falar-lhes da minha. Minha história cabe inteira nos versos de uma quadrinha.
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