Sala de espera dos que aguardam a vez para a sessão de fisioterapia.
Vi o menino no canto, sentado com o tabuleiro sobre os joelhos. Mexia com as peças do jogo.
Perguntei à mãe do menino:
– É xadrez que ele está jogando?
– Sim – ela respondeu.
– Mas é um jogo difícil, muita gente grande não sabe jogar, eu mesmo nunca consegui aprender como é que se joga – observei.
Ela disse:
– É o que ele mais gosta.
Disse ainda que ele se distraía muito durante o dia, jogando xadrez. Gosta de ensinar aos adultos. “Já me ensinou, ao pai, aos tios e a alguns amigos da família.”
– Foi mesmo?
– Sim.
Perguntei ao menino:
– Como é seu nome?
– Guilherme.
-Quantos anos?
– Tenho oito.
– Por que é que você gosta de ensinar aos adultos como jogar xadrez? – curioso perguntei.
Sem deixar de mexer nas peças do tabuleiro, ele disse:
– Quanto mais à gente grande eu ensinar, tenho mais amigos pra jogar comigo – ele observou.
Era verdade o que eu estava vendo naquele menino? Nem tudo no mundo estava perdido. Com amizade, fazendo da vida um jogo interessante, o mundo se torna viável.
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