sexta-feira, abril 3

Covid-19: Vendas de livros afundam mais de 60%

Com a estratégia de combate à pandemia a ditar o recolhimento e o fecho de portas da generalidade dos estabelecimentos, centenas de milhares de livros não saíram das prateleiras nos últimos dias. Na semana ao final da qual foi decretado o estado de emergência em Portugal, as vendas de livros no País caíram mais de 60%, aprofundando uma descida que já vinha a verificar-se desde o início de março.

Os dados são da GfK Portugal, divulgados esta quarta-feira em comunicado, e mostram que, na semana de 16 a 22 de março, se venderam menos 121,6 mil livros, uma descida de 63,3%, provocando uma quebra de faturação de €1,6 milhões (menos 65,8% que na mesma semana do ano anterior). Os dias anteriores já tinham sido de queda, mas menos intensa, na ordem dos 26%.

Nem os hipermercados, que continuam abertos para a compra de bens essenciais, escaparam à tendência, registando-se aí uma queda de 40% no número de livros não escolares vendidos, enquanto estabelecimentos especializados como as livrarias tiveram uma descida ainda maior: 73%.

Segundo a empresa de estudos de mercado, as categorias mais afetadas foram vida prática/lazer/atualidades, infantil-juvenil e literatura, todas com quebras superiores a 50%. Os dados baseiam-se nas transações em mais de 1.500 pontos de venda, incluindo online.

As limitações impostas pelo combate à Covid-19 estão não só a provocar estas fortes quedas pontuais, mas a ameaçar mesmo a continuidade de alguns estabelecimentos. Ainda esta terça-feira a Ler Devagar, que se viu obrigada a encerrar temporariamente as livrarias do LX Factory (Lisboa) e os espaços em Óbidos, avisava para a possibilidade “de entrar já neste fim do mês de março em alguns incumprimentos”. Para apoiar a continuidade da atividade, lançou uma recolha de fundos, incluindo empréstimos e venda de vouchers que poderão ser trocados por livros assim que a empresa tenha as contas mais equilibradas.

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