Os que têm o amor como assunto único talvez mereçam ser chamados de tolos. E muito mais ainda merecem ser assim chamados os que renegam o amor com base numa suposta sabedoria. Se há quem entenda de amor são os jovens, enquanto dura sua juventude.
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Se amor for a palavra que você tem a dizer, diga-a logo, antes que alguém a diga melhor que você.
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Digam o que disserem, morrer por amor sempre será um ato charmoso. Perguntem a uma corda se ela prefere cingir um pescoço ou um balde de puxar água.
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O amor pode ser muito melhor ou muito pior do que tudo quanto dissermos dele.
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Não conheço nada que tenha sido tão fartamente definido e continue tão completamente indefinível quanto o amor.
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O amor é um tolo distribuindo panfletos na esquina. Todos já o conhecem. Fazem-lhe o favor de estender a mão, apanhar um panfleto e agradecer, antes de atirá-lo fora, alguns metros adiante. Depois que distribui o último, o amor vai pegar os que foram lançados ao chão, desamassa-os, reúne-os e volta com eles para a esquina.
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Depois das fases de desconto e liquidação, a capitulação: o amor passa o ponto.
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Bom tempo foi aquele em que dentes havia e a carne do amor era macia.
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O amor alimenta-se dos mais frágeis de nós e nos exaure tão cruelmente que não nos sobra, no final, sequer voz para agradecer-lhe por nos ter escolhido.
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Vocês já devem ter visto idiotas muito mais convincentes que eu falando de amor.
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Durante toda a jornada, foi sempre o amor nosso guia. E desde o início sabíamos que por ele viveríamos e que ele nos mataria.
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Que o amor nos tenha matado é pura lógica. Que nós tenhamos gostado tanto talvez seja pura sem-vergonhice.
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Dê ao amor somente o que ele merece – e que nunca seja menos que tudo.
Raul Drewnick
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