O Primeiro Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2021, da Nielsen Book e divulgado pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), mostrou aumento de 19,3% em volume e de 14,1% em valores na comparação entre o primeiro bimestre deste ano e o do ano passado.
Foram 4,27 milhões de livros vendidos, com faturamento de R$ 206,34 milhões neste ano. Um feito, já que o setor amargava perdas desde a recessão de 2015 e 2016, parando de cair só em 2019.
O ano passado começava bem para os livros quando veio a pandemia, e as vendas caíram com o fechamento das livrarias. Em junho, o setor começou a ver um crescimento. O varejo on-line se organizou, e as vendas começaram a se recuperar, diz Marcos da Veiga Pereira, presidente do Snel:
— O brasileiro se reconectou com o livro na pandemia. De julho até o fim do ano recuperamos todas as perdas do meio do ano.
No primeiro momento, ele lembra, livros distópicos como “1984”, de George Orwell, e “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, ganharam espaço. Depois vieram os de autoajuda, como “O Poder do Hábito”, de Charles Duhigg, “Mindset“, de Carol Dweck e “A coragem de ser imperfeito”, de Brené Brown.
Enquanto a pandemia se prolongava, o mundo passou a discutir também pautas sociais, e ficaram mais populares os livros ligados à temática de gênero e raça. Por último, a febre da série Bridgerton, da Netflix, impulsionou os livros que a baseiam, de Julia Quinn.
Pereira vê dois movimentos simultâneos: a chegada de novos leitores e o aumento do número de livros que cada pessoa está lendo. Essa prazer pode ficar mais caro, se for adiante a defesa da Receita de incluir na reforma tributária o fim da desoneração do setor, alegando que só ricos compram livros.
— Livro é para todo mundo — refuta Pereira.
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