terça-feira, janeiro 4

Soneto de como se deve negociar o amor

Quem do amor quer e espera pagamento,
E cada abraço e cada beijo dado
Anota sem perdão e com cuidado,
Agindo tal qual age um avarento,

Não merece reparo ou escarmento
Nem ser, por ser assim, vilipendiado
E pelos outros homens apontado
Como um homem vulgar, sem sentimento.

Quando de amor se trata, o perdulário
Que nada exige em troca do que deu
No fim é sempre visto como otário

E quando na penúria se encontrar
Lhe dirão que a miséria mereceu
Por jamais ter sabido negociar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário