***
A fama, podes gozá-la em vida. De tua glória os pósteros não te poderão dar notícia.
***
Não canto o ribeirão, canto o arroio. Não canto o trigo maduro, canto o joio. Não canto o clarão, canto a escuridão, canto o escuro. Canto o direito de ter um defeito, de aprimorá-lo e de, tornando-o perfeito, assim proclamá-lo. Não canto a glória de ter o nome na história, canto o fracasso, canto a pequena glória de ter sido o mais desconhecido de todos os desconhecidos e de morrer assim e de assim permanecer.
***
Eu também tive ilusões, e o incrível, e o impensável e o inatingível não eram inadmissíveis nem impossíveis. Acreditei na fama, na glória, na concretização de todos os sonhos e do amor. Olhem bem para mim e me digam se vocês acham que consegui. Que vocês agora embarquem no barco em que um dia embarquei. Se acreditam na fama, na glória, na concretização de todos os sonhos e no amor, tudo bem. Eu também acreditei.
Raul Drewnick
Nenhum comentário:
Postar um comentário