Como símbolos globais de progresso social, os livros – aprendizagem e leitura – tornaram-se alvos para aqueles que denigrem a cultura e a educação, que rejeitam o diálogo e a tolerância. Nos últimos meses, temos visto ataques contra crianças nas escolas e a queima pública de livros. Neste contexto, o nosso dever é claro – devemos redobrar os esforços para promover o livro, a caneta, o computador, juntamente com todas as formas de leitura e de escrita, de modo a combater o analfabetismo e a pobreza, a construir sociedades sustentáveis, e a fortalecer as bases da paz.
A UNESCO tem liderado a luta contra o analfabetismo, a ser incluída como elemento fundamental nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de 2015. A alfabetização é a porta para o conhecimento, essencial para a auto-estima e o empoderamento individuais. Os livros, em todas as formas, desempenham um papel essencial neste aspecto. Com 175 milhões de adolescentes no mundo – a maioria meninas e mulheres jovens – incapazes de ler uma única frase, a UNESCO está empenhada no domínio das tecnologias de informação e comunicação, em especial as tecnologias móveis, de forma a apoiar a alfabetização e a alcançar os excluídos com aprendizagem de qualidade.
Os livros são plataformas de valor incalculável para a liberdade de expressão e o livre fluxo de informação – estes são essenciais para todas as sociedades actuais. O futuro do livro como objeto cultural é inseparável do papel da cultura na promoção de vias mais inclusivas e sustentáveis para o desenvolvimento. Através da suaConvenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais,que celebra o seu 10º aniversário este ano, a UNESCO pretende promover a leitura entre os jovens e os grupos marginalizados. Estamos a trabalhar com a International Publishers Association, a International Booksellers’ Federation e a International Federation of Library Associations para apoiar as carreiras profissionais nas editoras, livrarias, bibliotecas e escolas.
Este é o espírito norteador de Incheon, na Coreia do Sul, que foi designada Capital Mundial do Livro 2015, em reconhecimento do seu programa para promover a leitura entre as pessoas e as camadas mais desfavorecidas da população. Esta designação entra em vigor no Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor e será comemorada com os participantes do ano anterior, Port Harcourt, na Nigéria.
Com Incheon e toda a comunidade internacional, vamos unir-nos para comemorar os livros como a personificação da criatividade, o desejo de compartilhar ideias e conhecimentos, para inspirar a compreensão, o diálogo e a tolerância. Esta é a mensagem da UNESCO sobre o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor.
Irina Bokova, Diretora-Geral da Unesco, por ocasião do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor
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