Hermann Kaulbach |
Sempre que chega o tempo fresco, ou seja, no meio do outono, me dá a louca de pensar ideias de tipo essêntrico e ezótico, como por exemplo que eu gostaria de virar andorinha para agarrar e voar aos paíz onde tem calor, ou de ser furmiga para me enfiar bem fundo num burcado e comer os produtos guardados no verão ou de ser uma víbura como as do zolójico, que estão bem guardadas numa gaiola de vidro com calefassão para que não fiquem duras de frio, que é o que acontece com os pobres seres umanos, que não têm com quê comprar roupa de tão cara que está, nem podem se aquecer por causa da falta de querosene, da falta de carvão, da falta de lenha, da falta de petróliu, e também da falta de dinheiro, porque quando a gente anda com bufunfa no bolso pode entrar em qualquer buteco e mandar ver uma boa cachassa que esquenta que só vendo, só que convem não abuzar, porque do abuzo sai o víciu e do víciu a dejenerassão tanto do corpo como das taras moral de cada um, e quando se despenca pela ladeira fatal da falta de boa conducta em todu sentido, ninguém nem ninguéns salva a gente de acabar na mais orrível lata de licho do desprestíjio umano, e nunca vão estender uma mão para tirar a gente do lodu imundu no meio do qual a gente xafurda, igualzinho como si a gente fosse uma águi A que quando jovem sabia correr e voar pela ponta das altasmontanha, mas que ao ser velha caiu prabaicho feito bombardeiru caindu de bicu quando falha o motor morau. E tomara que o que estou escrevendo sirva para alguem olhar bem seu comportamento e não searrepender depois qui é tarde e qui tudo já foi pro caralhu por culpa sua!
César Bruto, “Cão de São Bernardu”
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