Só colhia as rosas ao anoitecer porque durante o sono elas sentiam o aço frio da tesoura. Uma noite ele sonhou que cortava as hastes de manhã, em pleno sol, as rosas despertas e gritando e sangrando na altura do corte das cabeças decepadas. Quando ele acordou, viu que estava com as mãos sujas de sangue.
Lygia Fagundes Telles, "A disciplina do amor"
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