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Toda vez que você é vítima de um desses acidentes do dia a dia, como cair da escada ou escorregar no sabonete, ouve aquela voz triunfalmente punitiva: eu não falei? É um provérbio.
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Todo provérbio, se ainda não é, tende a ser irremediavelmente chato.
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A sorte do cágado é ser proparoxítono.
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Se você de repente for atormentado por uma dessas dúvidas crudelíssimas, como saber se é melhor ir trabalhar de carro, de ônibus ou de metrô, siga aquele velho conselho: procure o provérbio mais próximo.
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Os cachorros do meu bairro não se parecem com aqueles do provérbio. São cachorros só, não cães, e, mesmo que por aqui viesse a passar uma caravana, não acredito que chegassem a ladrar. No máximo latiriam.
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Cão que ladra não morde. O que se dizer de um poeta choramingas? O homem é o único animal capaz de criar lágrimas postiças.
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Um provérbio que se preze só sai à chuva se quiser se molhar.
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Provérbio velho não mete a mão em cumbuca.
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Mentiras têm as pernas curtas e mau hálito.
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O provérbio lê a bula e sentencia: há males que não têm remédio.
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Tão cética anda a humanidade que um dia desses um provérbio de cavanhaque branco e bengala, com um pássaro na mão e dois voando, foi obrigado a mostrar o crachá.
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É um provérbio histórico, durão, que sobreviveu à gripe espanhola e à Grande Depressão.
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Quem mente só o suficiente, mente suficientemente.
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