Morava no fundo do poço. E nunca saiu do poço. Costumava tomar sol numa saliência da parede, quando a água chegava até ali. Nas raras vezes em que isto sucedia, ficávamos a olhá-lo impressionados, como se estivéssemos diante do Homem da Máscara de Ferro. Que vida! Era o único bicho da casa que não sabia os nossos nomes, nem das mudanças de cozinheira, nem o dia dos anos de Lili. Não sabia nem queria saber.
Mário Quintana, "Sapato Florido"
Nenhum comentário:
Postar um comentário