sábado, junho 6

Furto

Saboreio este dia,
Fruto roubado no pomar do tempo,
Sabe-me a novidade,
Deixa-me os lábios doces.
Tem a polpa de sol, e dentro dele
Calmas sementes doutro sol futuro.
Cheira a terra lavrada e a maresia.
E tão livre e maduro,
Que quando o apanhei já ele caía.

Miguel Torga

Nenhum comentário:

Postar um comentário