quarta-feira, abril 1
As personagens cumprimentam-se
Tenho passado os dias a ler: provas de livros que serão publicados, obras originais de potenciais autores, livros publicados no estrangeiro para ver se me interessa traduzi-los, livros cá publicados (à noite, antes de dormir). E noto que a leitura recorrente de notícias sobre o Coronavírus e o isolamento forçado me estão a afectar mais do que gostaria quando dou por mim a já não conseguir separar as águas... Por exemplo, li agora uma cena de um livro em que os avós acenavam de longe a um rapazinho, num jardim das Caldas da Rainha, e pareceu-me bem; mas, quando eles resolvem ir ter com ele e sentarem-se todos numa esplanada, só pensava que deviam estar doidos e que nunca deveriam ter saído de casa. Infelizmente, sempre que aparece no texto que estou a ler um aperto de mão, um abraço, alguém que cumprimenta com um beijo, em vez de achar natural e passar adiante, não consigo deixar de pensar no perigo de contágio... Mas para onde me havia de dar, raios! Devo estar a ficar maluquinha com o encerramento... Por acaso acontece o mesmo a algum Extraordinário ou sou eu que sou mesmo um caso perdido (coisa que o nosso Anónimo de estimação adoraria)?
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