segunda-feira, maio 30

A mão exata do amor

Ruth Swain 
O amor tem a mão exata. Sempre de nós com todo o zelo trata. Nos implora perdão, se nos maltrata, e nos mata sem dor, quando nos mata.


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Mario Quintana dava a impressão de lidar com todas as palavras, mesmo as mais solenes, como se fosse um menino abrindo a mochila no recreio, para pegar uma maçã.

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Era um daqueles poetas sonetosos e contumazes que, antes de lerem seus poemas para o público, limpavam com seu pigarro melodioso o ouro da garganta.

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Um problema dos gatos é serem tão escapáveis, tão atropeláveis, tão morríveis.

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Os provérbios já nascem de terno, gravata e nariz empinado.

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Que a poesia pudesse ser sempre como uma casa simples, muito simples, com todas as janelas escancaradas para o sol.

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Tenho escrito algumas coisas. Coisinhas, todas. Mas, se viesses ver-me, talvez não te desagradassem. Tu as melhorarias, como fazes com tudo que vês e tocas. Talvez eu não te desagradasse.

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O poeta concretista gostaria muito que seu coração de pedra não fosse simplesmente uma metáfora.

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Quem deve ter mais pejo? O poeta que faz sonetos ou o cantor sertanejo?

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Poesia é um problema. Num dia falha o poeta, no outro falha o poema.

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Quem fala meio espanhol e meio português, ou fala portunhol ou fala espaguês.

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Era um morto de fisionomia confiável, com quem ninguém temeria ficar a sós, mesmo que as luzes do velório repentinamente se apagassem.
Raul Drewnick

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