Com esse espírito, parti para novas resoluções esta semana. A primeira foi cancelar o telefone fixo. Evoluiu, passando a funcionar sem fios, mas, de uns tempos para cá, cumpria a função precariamente. Primeiro, a extensão deu defeito. Recentemente, o aparelho principal começou a ratear também: os interlocutores não conseguiam me ouvir. Resolvi esquecê-lo por cerca de um mês e constatei que já não dependo dele para nada, graças ao celular. Então, fui à empresa telefônica e eliminei o problema, renunciando à linha e economizando alguns trocados.
Mexendo em velhos papeis, percebi que era hora de me livrar de faturas, declarações para o Imposto de Renda e outros, guardados há mais de cinco anos. Num primeiro impulso, embalei tudo em sacos de lixo. Mas a vozinha interior recomendou prudência: melhor rasgá-los antes do descarte. Eram muitos pacotes, que me desanimavam só de olhar. Aí lembrei das fragmentadoras existentes nos grandes escritórios e me pus a pesquisar.
Depois de conhecer vários modelos e preços, optei por uma manual, do tamanho da necessidade. Eficiente, ela me distrai como brinquedo novo, enquanto transforma a papelada em tiras. E, a cada porção fragmentada, sinto o passado burocrático enfatizar que o tempo dá o devido valor a cada momento: o que já foi importante, agora não passa de entulho.
Uma antiga canção diz que “recordar é viver”. Melhor atualizar o dito. Nesta fase da vida, mais exato é afirmar: “renovar é viver”. E seguir em frente, cada vez mais leve.
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